NÓS-Unidade Popular ante o Dia da Mulher Trabalhadora
Reproduzimos o manifesto de NÓS-Unidade Popular ante o próximo 8 de Março, Dia da Mulher Trabalhadora.
8 DE MARÇO
DIA DA MULHER TRABALHADORA
Ante a crise: auto-organizaçom
A conjuntura deste 8 de março é novamente a da crise, mas o certo é que as mulheres já vivíamos em crise muito antes de que estourasse a bolha financeira em 2008. O escandaloso e dramático da situaçom atual é que as políticas encetadas polos diferentes governos, com o suposto intuito de darem saída à crise, nom som outras que o reforçamento da situaçom de opressom, exploraçom e dominaçom que sofremos as mulheres. Sirvam como exemplo os cortes nas verbas orçamentárias dedicadas à luita contra a violência machista, os brutais cortes no gasto social ou a recente reforma das pensons, que condena milhares de galegas à total dependência dos seus maridos ou, diretamente, às bolsas de pobreza, já altamente feminizadas.
Poderíamos fazer o enésimo relatório de como a crise afecta mais duramente as mulheres trabalhadoras: maior desemprego, temporalidade, baixos salários, incremento das cargas familiares, perda de independência, aumento da violência machista… mas, desta vez, as mulheres de NÓS-Unidade Popular queremos incidir numha questom que achamos urgente e fundamental: a necessidade da auto-organizaçom das mulheres galegas.
Necessitamos auto-organizar-nos para dar firme resposta a esta situaçom. Nom podemos nem devemos delegar o nosso presente e futuro em maos alheias. Reclamamos o nosso direito a ter umha voz própria que seja respeitada, para que ninguém fale no nosso nome, para que ninguém procure umha saída à crise sobre as nossas costas. Só auto-organizando-nos, fortalecendo o movimento feminista combativo e insubmisso, poderemos conseguir a força necessária para mudar o rumo da situaçom atual.
De NÓS-Unidade Popular encorajamos as mulheres galegas a tomarem as ruas, seguindo o exemplo das mulheres do Egito, Líbia ou Tunísia, sabedoras de que só poderám construir umha sociedade igualitária se desde o primeiro momento exercerem o seu legítimo direito a que as suas reivindicaçons sejam tidas em conta. O Feminismo deve ser elemento inegociável e irrenunciável em qualquer alternativa política que se pretenda construir, e deve sê-lo desde o início e, para que isto seja umha garantia, precisamos de organizaçons de mulheres autónomas, fortes e combativas. A revoluçom socialista será feminista ou nom será.
Viva o 8 de março!
Viva a luita feminista!
Galiza, 8 de março de 2011