Che, as tuas maos, embora mortas estám vivendo, porque apertam o gatilho combatente guerrilheiro
Hoje, 9 de outubro de há 45 anos, o comandante Che Guevara era assassinado vilmente por um esbirro do imperialismo ianque, segundo as ordens dadas pola CIA ao general boliviano René Barrientos. Foi no interior da modesta escola do povo boliviano de La Higuera, perto da cidade de Vallegrande, no departamento de Santa Cruz, que era abatido, após ter sido capturado ferido num desigual combate com os rangers bolivianos na “Quebrada del Yuro”.
Em 1977, a revista Paris Match entrevistou Mario Terán, o seu assassino, quem relatou assim os derradeiros instantes do Che Guevara:
“Duvidei 40 minutos antes de executar a ordem. Fum ver o coronel Pérez com a esperança de que tivesse sido anulada. Mas o coronel pujo-se furioso. Por isso fum. Esse foi o pior momento da minha vida. Quando cheguei, o Che estava sentado num banco. Ao ver-me dixo: «Você vem matar-me». Eu sentim-me coibido e baixei a cabeça sem responder. Entom perguntou-me: «Que dixérom os outros?». Respondim que nom dixeram nada e ele respondeu: «Eram uns valentes!». Eu nom me atrevim a disparar. Nesse momento vim o Che grande, muito grande, enorme. Os seus olhos brilhavam intensamente. Sentia que se botava por cima e quando me olhou fixamente, deu-me umha tontura. Pensei que com um movimento rápido o Che poderia tirar-me a arma. «Ponha-se sereno -dixo- e aponte bem! Vai matar um homem!». Entom dei um passo atrás, face o limiar da porta, fechei os olhos e disparei a primera rajada. O Che, com as pernas destroçadas, caiu ao chao, contorceu-se e começou a regar muito sangue. Eu recobrei o ánimo e disparei a segunda rajada, que o atingiu num braço, no ombro e no coraçom. Já estava morto”.
Hoje, queremos homenagear o teórico, o militante, o dirigente, o combatente comunista, mas nom como simples lembrança nostálgica e necrológica.
A vigência do seu legado segue mais viva e necessária que nunca. Ler es estudar o Che è imprescindível na hora de nos guiar no combate anticapitalista, na hora de construir movimento revolucionário, na hora de agir com determinaçom e coragem contra a atual ofensiva burguesa.
Che, o fogo da tua estela ilumina o caminho face a vitória.
Porque tal como recolhe a cançom Fam mil homens, do cantor compositor venezuelano Alí Primera,
“As tuas maos seguem vivendo
dim povo, povo, povo
as tuas maos seguem vivendo
dim fogo, fogo, fogo
as tuas maos, embora mortas estám vivendo
porque apertam o gatilho
combatente guerrilheiro
de aquele enorme fusil
a vontade dos povos
As tuas maos seguem vivendo
dim fogo, fogo, fogo
as tuas maos buscam o teu corpo
dim povo, povo, povo
as tuas maos esta-as beijando o povo
as tuas maos, as tuas maos, Che
as tuas maos enchem de fé
enchem de fé na vitória
As tuas maos, as tuas maos Che
cantando di-lhes o povo
até sempre vencerei
as tuas maos
embora mortas estám luitando
porque as tuas maos
nom chas cortárom rogando
as tuas maos
embora mortas estám luitando
porque as tuas maos
nom chas cortárom rogando”.