Por Hugo Chávez: despregar todas as energias positivas
Aquele abril glorioso de 1965 marcou-me para sempre.
Entom, apreciei o valor de militares honestos e patriotas como Francis Caamanho, Fernández Domínguez, Héctor Lachapelle, Montes Arache, Lora Fernández?
A alguns os conheci de perto em plena revoluçom e me impactou a sua transformaçom junto ao povo insurrecto.
Admirei o seu valor e o seu intuiçom revolucionária, descobri o seu talento e o seu formidável viro ao anti-imperialismo.
Por isso nom me resultou difícil imediatamente depois respaldar os processos liderados por Omar Torrijos no Panamá, Velasco Alvarado em Peru e Juan José Torres na Bolívia.
Por isso nom vacilei mais tarde em defender ao comandante Chávez quando se insubordinou contra a pseudo-democracia podre em Venezuela, quando foi injustamente encarcerado, quando saiu às ruas blandindo a bandeira de Bolívar, o programa da V República, a sua enérgica condenaçom ao neoliberalismo e a sua atraente proposta de democracia participativa e protagónica.
Nom me importou entom os estigmas na sua contra nem as calunias potenciadas e repetidas; percebim que estávamos ante um “golpismo” bem-feitor e transformador de umha sociedade pressionada pola partidocracia corruta e o empobrecimento crescente, pese a dispor de quantiosas riquezas materiais e valores humanos. Que mais bem estávamos em frente a umha insurgência militar dignificante!
Pensei muito na estirpe extraordinária desses luitadores surgidos dos quartéis. Apreciei mais ainda o seu combate a contracorrente, pese a estar imersos em umha cultura repressiva, condicionados por instituiçons tuteladas pola oligarquia e polos EUA, adoutrinados com a tese da “segurança nacional” made in USA, convertidos em peças sensíveis de um Estado carcomido pola corrupçom e tentadas por um suborno sistémico capaz para forjar ao vapor minorias militares enriquecidas… Ponderei mais detidamente o esforço descomunal que tiverom que fazer para se rebelar, concienciar-se e safar-se dessas ataduras e lançar-se às ruas, praças e caminhos a forjar o abraço redentor com os/as de abaixo: com a preterida, excluída e abusada empobrecida e com a Pátria pisoteada.
Méritos e contributos inquestionáveis
No enquadramento dessa corrente, indignado polo Caracazo e as suas causas, Chávez e os seus camaradas de armas recuperarom as páginas gloriosas dos exércitos libertadores e derom-lhe continuidade aos movimentos militares democráticos-revolucionários, contribuírom como os que mais ao impulso do processo para a nova independência da nossa América no duro período da crise geral provocada pola recolonizaçom neoliberal e a descomposiçom moral dos detentadores do poder.
A transformaçom por ele liderada na sua pátria pequena, conseguiu desde audazes reformas devolver-lhe atualidade à revoluçom política e social precisamente quando o “discurso único” neoliberal impunha a idéia do “fim da história”, a morte das revoluçons e a “vitória definitiva” do imperialismo.
Recuperou e projetou em larga escala o debate sobre a pertinência do socialismo e a necessidade de processos transformadores, que negando o capitalismo opresor e diferenciando-se das frustradas experiências pós-capitalistas do século XX, impulsionassem novas transiçons socialistas adequadas os novos tempos.
Resgatou a anulada soberania petroleira de Venezuela e colocou-na ao serviço do crescente bem-estar do seu povo e da integraçom continental (ALBA, PETRO AMÉRICA, PETROCARIBE, CELAC…)
Conquistou com o seu carisma, a sua capacidade discursiva e os seus fatos umha merecida liderança popular a escala nacional, continental e mundial; ao tempo de enfrentar com um intrépido desplegue de firmeza as pressons, ameaças, insultos, diatribas e agressons do império e dos seus sócios.
Deu-lhe um nível ao processo de democratizaçom do seu país inédito na sua história republicana.
Houvo, pois, razons fortes, poderosas, para admirar, respaldar e acompanhar ao comandante Chávez em nom poucas das suas açons e no curso desse processo transformador. E mais ainda para lhe desejar agora sucessos no fortalecimento da sua liderança, na batalha pola sua saúde e na criaçom de melhores condiçons em todos os planos para o prudente exercício do seu provado talento político e da sua trascendente liderança.
Solidariedade acima de qualquer diferença
A quem solidariamente acompanhamos sem incondicionalidade, sem oportunismo e sem seguidismo os combates e os anseios populares que Chávez simbolizou e simboliza, nos sobram razons, convicçons e sentimentos para lhe desejar veementemente a reconquista da sua saúde. Para isto há motivos que vam para além dos princípios humanitários que animarom permanentemente a nossa conduta política e a nossa vida pública e privada.
Isto é assim, independentemente e acima de qualquer valoraçom particular e/ou postura diferenciada com respeito ao papel da personalidade na história. Vai muito mas lá de umha ou outra diferença política expressada com franqueza e honestidade em torno do tema reformas e revoluçom na Venezuela e na nossa América, à necessidade ou nom de aprofundar o processo venezuelano e despojar da marca da corrupçom burocrática e os fatores que o freiam e/ou distorsionam e ao internacionalismo revolucionário e as suas diferentes vertentes.
Nestas condiçons esta postura solidária para Chávez trascende as diferentes apreciaçons sobre as lideranças e a maneira de conduzir os novos processos de mudança, sobre os papéis dos partidos, os movimentos sociais e os Estados, e sobre as diferentes visons em torno dos Estados, as democracias e os socialismos a construir neste novo século a partir das experiências vividas.
Mas ainda, esses sentimentos remontam as duras e recentes diferenças expressas ao redor dos relacionamentos de cooperaçom colombo-venezuelana em matéria de segurança, bem como as diferentes apreciaçons sobre as razons de Estado e o interesse revolucionário a escala continental e as derivadas e dolorosas extradiçons de revolucionários colombianos desde o território venezuelano às ergástulas do regime narco-para-terrorista presidido por Juan Manuel Santos.
A diversidade de opinions jamais deve ser motivo de negaçom de justiça histórica e de valores incuestionáveis, muito menos motivo de negociaçom de solidariedade humana e política bem merecidas.
E o Presidente Chávez, comandante vitorioso de muitas batalhas políticas de alto risco, precisa e merece solidariedade humana, apoio político e moral, e estímulos espirituais para a recuperaçom da sua saúde.
Polos seus méritos e o seu papel no presente venezuelano, continental e mundial; polo que vale para o futuro imediato de Venezuela e para a nossa América.
Polas suas incomensuráveis contributos a esta nova onda de mudanças no meio desta dura briga entre revoluçom e contra-revoluçom e entre reformas e contra-reformas.
Da nossa parte, e a nome de todos/as militantes caamanhistas dominicanos/as, partidários/as da nova democracia e o novo socialismo, todo o nosso alento; todo o nosso apoio e desejo de pronta melhoria para o comandante Chávez nestes momentos difíceis, bem como a nossa decisom de combate contra os inimigos jurados do processo bolivariano e da segunda independência continental.
Chávez, repetimos, deve receber um estímulo multitudinário para ganhar esta briga pola sua saúde. O e o processo venezuelano e latino-caribenho precisam-no nesta cojuntura especial, presente a contra-ofensiva, o contraataque dos EUA e das suas forças aliadas, ferozmente ansiosas e dispostas a aproveitar toda a situaçom que lhe facilite a restauraçom plena do poder às direitas em Venezuela.
Sabemos que o comandante Chávez é dos que nom se rendem em frente aos avatares da luita e da vida. Bem perto tem em Fidel um exemplo de tenacidade em defesa da sua vida, o que lhe possibilitou vencer a proximidade da morte.
Contribuamos todos e todas os revolucionários do mundo a potenciar as energias positivas para que o comandante Chávez poida também o conseguir. Ao tempo de assumir, hoje mais que dantes, um intenso acompanhamento em defesa do seu povo e as suas conquistas sistematicamente ameaçadas polos verdugos do mundo.
Desejamo-lo de coraçom!
Enquanto, ao bravo povo venezuelano e às suas forças reformadoras e revolucionárias toca-lhes sacar de abaixo, fortalecer a conduçom coletiva, vencer falhas, alargar o processo participativo, aprofundar as mudanças e enfrentar sem vacilaçons o recrudecimento da investida oportunista da oligarquia e do império que já empreenderom a sua despreciável campanha mediática de ocasiom; bem como propor-se firmemente descarregar ao líder da nova Venezuela bolivariana -agora mesmo e inclusive após a sua almejada recuperaçom- de umha parte da agobiante carga de trabalho e responsabilidades que afetou a sua saúde e que opoderia seguir fazendo.
O momento é delicado e por tanto oportuno para reativar e incorporar todas as reservas e valores existentes, que som abundantes e promisórios, tentando converter os reveses inesperados em novas vitórias. Ogalhá que assim seja.