NÓS-UP perante um novo ataque aos direitos das mulheres
Reproduzimos o comunicado elaborado pola Direcçom Nacional de NÓS-UP perante a aprovaçom nos próximos dias da Lei de Apoio à família e à convivência da Galiza no Parlamento da CAG.
A Lei de Família: novo ataque aos direitos das mulheres
Nestes dias, será aprovada polo Parlamento galego a Lei de Apoio à família e à convivência da Galiza, clara continuidade da ILP impulsionada pola Red Madre e aprovada no passado mês de Junho que tinha como objetivo por em andamento centros financiados publicamente e geridos por esta organizaçom da ultradireita católica. Com esta nova lei, os direitos e liberdades das mulheres som novamente atacados, tendo como objetivos o reforçamento e perpetuaçom da maternidade como rol vital para as mulheres galegas e continuar a fazer recair sobre os nossos ombros o peso do trabalho doméstico e dos cuidados.
A maternidade como rol principal para as mulheres no seio dumha idílica família heterossexual
Além de desprezar o que eufemisticamente denominam grupos análogos de convivência à família, situando a família tradicional (ou seja, a patriarcal e heterossexual) como modelo único a seguir, atacam-se novamente os nossos direitos reprodutivos, pretendendo instaurar a adoçom como alternativa ao aborto. Toda a lei contém medidas encaminhadas a fazer com que as mulheres priorizemos a maternidade, considerando o fomento a natalidade e o direito à vida em formaçom como princípios reitores dos poderes públicos. Para conseguir isto, nom duvidam em assinalar a importáncia que os meios de comunicaçom terám neste processo, assim como estabelecer campanhas especialmente dirigidas à infáncia e adolescência. Isso sim, nem umha só palavra em toda a lei referida à violência machista, facto indignante se tivermos em conta que essa família idílica de que nos fala a lei é o ámbito por excelência da violência contra as mulheres.
As mulheres devemos continuar a trabalhar grátis e a pagar por aqueles serviços que necessitamos
Este é o segundo objetivo nom explícito da presente lei. É tremendamente hipócrita denominar a norma como lei de apoio à família, quando o que se pretende é que continuemos sendo as mulheres as encarregadas de todo o relativo à manutençom e reproduçom da vida, isso sim, de forma gratuita. Cortam-se os serviços públicos, mais ainda em tempos de crise, pois a escusa está servida, e seremos as mulheres que tenhamos que suprir com o nosso trabalho grátis todos os cortes em sanidade, serviços para pessoas doentes e idosas, infantários, centros de dia, etc, etc. Ao mesmo tempo, abre-se a porta de par em par para que as empresas privadas sejam as encarregadas da gestom destes serviços, que deveriam ser públicos.
Assinala-se também que há que promover a voluntária corresponsabilidade nas tarefas e obrigaçons familiares, quando o que se deveria promover é a participaçom dos homens, que som os que estám voluntariamente excluídos destas tarefas.
Tal como aconteceu com a última reforma laboral e com a reforma das pensions aprovadas recentemente, pretende-se acabar a golpe de lei com direitos adquiridos que custárom décadas de luitas e sacrifícios. Por isso, de NÓS-Unidade Popular apelamos a aderir às manifestaçons convocadas polo movimento feminista galego para a vindoura quarta-feira 13 de Abril, nas cidades de Vigo e Compostela, contra esta lei machista e patriarcal.
Galiza, 10 de Abril de 2011